Estava lendo que o escritor Julián Fuks recebeu ameaças de morte após sua crônica semanal no UOL. No texto, intitulado ‘Precisa-se de terrorista capaz de um ato sutil que transforme a história’, Fuks critica a decisão do Governo Federal de receber, com honras de chefe de Estado, nas comemorações do bicentenário da independência brasileira, os restos do coração de dom Pedro I, enviados de Portugal. O escritor foi atacado pelos filhos de Jair Bolsonaro, que sugeriram que estava fazendo apologia do terrorismo e, num crescendo, pelos eleitores do presidente. Efetivamente, Fuks utilizou a palavra “terrorismo”, como explicou, em sentido figurado, “literalmente evocando uma ação poética contra essa cerimônia e afirmando desde a primeira linha que a proposta era contrária a toda violência, truculência, brutalidade e grosseria”. Fuks, além de escritor, é jornalista e crítico literário. Recebeu os prêmios Jabuti, Saramago e o segundo lugar no prêmio Oceanos. É um nome presente corajosamente do debate brasileiro. Solidariedade a ele. Toda ameaça a democracia e ao bom senso precisar ser monitorada e reprimida.