Marcel Proust: 150 anos de seu nascimento e 100 de sua morte

Um dos museus mais legais de Paris é o Carnavalet, que acabou de reabrir depois uma imensa reforma que durou cinco anos. Já conhecido por sua ala dedicada a Marcel Proust, que incluía uma reprodução detalhada – e com os móveis originais – do apartamento que o escritor habitava, antes de morrer, o museu reabre ao público com uma ampliação dessa ala e uma exposição temporária dedicada a ele: “Marcel Proust, um romance parisiense”, que retraça os passos do escritor em Paris, seguindo os do protagonista de Em Busca do Tempo Perdido.

A exposição temporária, que termina no próximo dia 10 de abril está detalhada no site do museu, na seção que pode ser consultada aqui, onda há, inclusive, um dossiê pedagógico muito bem feito.

A exposição faz parte das várias homenagens que estão sendo dedicadas a Proust desde julho de 2021, quando celebraram-se os 150 anos de seu nascimento, ocorrido no dia 10 daquele mês, e que seguem até novembro deste ano, quando, no dia 18, celebram-se os 100 anos da sua morte.

Na imagem abaixo, a “cama de Proust”, numa réplica do seu quarto, em exibição no museu – lembrando que foi deitado nela que Porust escreveu uma boa parte do seu grande romance.

A exposição tem duas partes principais: de um lado, a realidade da Paris habitada pelo escritor e, de outro, aquela imaginada em seus livros.

Anexo um vídeo feito por um visitante da exposição e disponibilizado no YouTube:

Isto considerado, cabe lembrar que, desde 2018 a Universidade de Illinois, no norte dos Estados Unidos, em parceria com a Universidade de Grenoble e com a Biblioteca Nacional de França começaram a digitalizar e segue gradualmente disponibilizando o acervo de todas a correspondência conhecida de Proust: cerca de 5,3 mil cartas. O acervo foi reunido por meio de um projeto de pesquisa do professor da Univ. de Illinois, Philip Kolb, que mapeou a existência de um total 20 mil itens da correspondência do escritor, 3/4 desse material estando perdido ou extraviado. A própria Universidade já adquiriu 1,2 mil cartas de Proust, perfazendo umas das maiores coleções do mundo com materiais do escritor.

Interessante observar como o conceito de“literatura epistolar” vem ganhando destaque nos estudos literários contemporâneos. Com essa perspectiva, uma correspondência privada não é um mero vetor de informações paralelas ao universo literário – sobre a vida pessoal ou as percepções sobre o mundo da época de um autor, mas parte mesmo de sua obra criativa. Esse acervo pode ser consultado neste endereço.

Autor: Fábio Horácio-Castro

Escritor, jornalista, pesquisador, sociólogo, etnógrafo, fenomenólogo, professor. Sou também Fábio Fonseca de Castro e Fábio de Castro da Gama. Conforme a ocasião, o nome.

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