
Morreu aos 63, no dia 5 de fevereiro passado, o escritor basco Fernando Marías. Sua obra fica marcada por seu estilo centrado no diálogo e na escuta do outro, uma obra que refle plenamente o autor: sujeito elegante, cuidadoso com os detalhes, conversador fabuloso, cheio de humor e de inteligência.
Romancista, novelista, roteirista, teatrólogo, Marías é um nome importante da literatura espanhola contemporânea, e isso desde que sua primeiro novela, “La luz prodigiosa” ganhou o prêmio Ciudad de Barbastro, em 1990. Recebeu muitos prêmios literários. “La luz prodigiosa”, parte do argumento de que o poeta Federico García Llorca não morreu, ao ser fuzilado pelos republicanos espanhóis em 1936, sendo socorrido por um mendigo, que o ajuda e o leva a um convento. Essa novela foi transforma em filma, dirigido por Miguel Hermonoso e musicado por Enio Morricone.
Marías também escreveu as novelas “Esta noche moriré”, “El mundo se acaba todos los días”, “Los Fabulosos Hombres Película”, “El vengador del Rif”, “La batalla de Matxitxako”, “La isla del padre” e “La mujer de las alas grises”. Com “El Niño de los coroneles” ganhou o importante prêmio Nadal, em 2001. Tambémorganizou a coletânea “Frankenstein resuturado”, em 2019, uma homenagem ao centenário de morte de Mary Shelley. Escreveu também diversos roteiros para o cinema e algumas peças de teatro.
Seu último livro, “Arde este libro”, publicado no ano passado, tem o ar de uma carta póstuma, ou de um testamento literário. Efetivamente, é um exercício confesional, uma literatura de expiação, no qual discute a relação entre literatura, memória e o ato de morrer.
Para quem se interessar em ver mais, segue o obituário de Marías publicado no El Pais.