
Queridxs, bom dia e boa semana,
A vantagem da Covid, se alguma há, é a de nos trazer um pouco o grego. O idioma, não Zorba, ou qualquer outro, bem entendido. Ômicron, quando estudei grego, era O, micron. O ó curto, pequeno, ladino.
No que tange à pandemia, é O preocupante, e não, portanto, tão micron assim. É macron, ou mega, efetivamente. Mas continuemos. Continuemos para além da covidologia. Não percebemos de quantas mais letras gregas teremos de nos defender, mas deixemos que venham, que estaremos aqui para o que for possível, vacinados, com máscara, com ácool 90% e com o distanciamento social necessário. Sim, e desmentindo o genocida canalha, sempre que necessário.
Mas à propósito da escolha da letra O para falar da doença, permitam, apenas, que eu mencione o fato de que haveria de transtornar os gregos antigos: O, para eles, era o símbolo da eternidade, de algo que não acaba nunca… Na Alexandria helenista e sapientíssima até as pedras de rua do Rakhotis, o bairro popular da velha cidade, sabiam que não se devia usar a letra O junto de coisa ruim.
Gloups… Péssimo nome para uma variante da Covid… Alguém devia ensinar grego antigo à OMS e um pouco de cultura helênica à comunidade científica internacional.
Mas enquanto não fazem isso, fiquemos com o anedotário convencional.
No blog, esta semana, agendei, além desta Carta, a segunda crônica da série « O viajante literário em Londres ». Nela, visitaremos os endereços de Samuel Taylor Coleridge e de John Keats, dois grandes poetas. Essa crônica sai na quarta-feira a noite. Antes dela, amanhã, sai um texto sobre duas jornalistas americanas recentemente falecidas, Eve Batiz e Joan Didion, personagens influentes do jornalismo cultural das últimas décadas. Já na sexta-feira publico um resenha sobre… bom, se antecipar pode perder a graça.
Boa semana a todos e a todas.